História da Fendi
A marca italiana Fendi foi fundada por Adele Casagrande na cidade de Roma, em 1918 e começou como uma pequena loja de produtos feitos em peles e couro, todos artesanalmente. Ela não só fabricava bolsas refinadas de couro macio e minuciosos acabamentos de fechos e fivelas, como também sacolas de verão feitas com tiras de lona.
Quando ela se casou com Edoardo Fendi em 1925, analogamente eles mudaram o nome da loja para FENDI . Aliás, foi nesse período do pós-guerra, que a loja rapidamente se tornou um sucesso. Decerto a classe média italiana estava tentando se reerguer e voltar a ter hábitos consumistas. O negócio de malas e bolsas de couro prosperou e uma nova loja foi inaugurada em 1932 em Roma.
Em 1946, já estabelecida pela qualidade, sobretudo em artigos em couro, a Fendi começou a dar os primeiros passos rumo à modernização. Sob o comando das cinco filhas do casal, Paola, Anna, Franca, Carla e Alda, a marca italiana traçou o caminho rumo ao estrelato – em 1965, as irmãs contrataram o então novato Karl Lagerfeld para assumir o estilo da grife. Alguns anos depois, Lagerfeld inventaria o logo com os Fs invertidos, em homenagem à tradição da casa expert em pelaria – Fur is Fendi, Fendi is fur.
Desde 1977 à frente do prêt-à-porter, Karl Lagerfeld não só remodelou o logo, como também transformou a Fendi em desejo máximo entre as grandes marcas luxuosas. E mais: transformou a si mesmo em desejo de consumo. Do chaveiro Fendi de pelo batizado de Karlito aos tênis com pompons e mochilas, o kaiser soube como ninguém transportar a maison para o século XXI, garantindo que ela falasse com mulheres de todas as gerações. O rol de produtos cresceu e ganhou as ruas graças a peças como jaquetas de couro, tops cropped e os românticos vestidos Fendi com fendas ou babados, um mix imbatível entre alta-costura e streetwear.
O mérito da longevidade e da fama da Fendi, porém, não é exclusividade de Lagerfeld. Filha de Anna, Silvia Venturini Fendi faz parte da terceira geração de mulheres da família e assumiu a direção criativa do departamento de acessórios em 1994. Com olhar fresco, ela é a autora de uma das primeiras it-bags da história da moda, a bolsa Fendi Baguette, criada em 1997. “Na época, o minimal chic estava em evidência e me pediram para imaginar uma bolsa particularmente simples e funcional. Felizmente, fui indomavelmente desobediente! Minha resposta foi a Baguette: barroca e mínima em seu tamanho”, disse a designer. Hit absoluto, a bolsa Fendi Baguette ganhou mais de mil variações ao longo dos anos, com direito inclusive a interferências artísticas, como as dos artistas brasileiros Leda Catunda e Nelson Leirner, criadas para a abertura da loja da grife no Brasil.
Em 2007, a empresa familiar já fazia parte do portfólio do grupo LVMH, o mesmo da Kenzo e da Givenchy, e começava a ganhar o mundo em grande estilo. Pela primeira vez na história, 88 modelos cruzaram parte da Muralha da China. “Trabalhamos um ano para preparar esta coleção," afirmou Silvia. A Fontanna di Trevi, restaurada pela grife, serviu de palco para o desfile que celebrou os 90 anos da marca Fendi, em 2015. Além das locações peculiares, a Fendi nunca deixou de surpreender também no estilo. Depois do sucesso da Baguette, favorita da personagem Carrie Bradshaw em Sex and the City e da cantora Madonna, a grife deu vida a outra bolsa icônica, a Peekaboo, criada em 2009. As versões de bolsas Fendi e os chaveiros de pelo, outra invenção da marca, também ganharam o mundo e provaram que o duo Silvia – Lagerfeld sabe detectar o que as consumidoras querem.
Atualmente a marca italiana possui mais de 200 lojas próprias (das quais mais de uma dúzia são consideradas Flagship Stores) distribuídas por 60 países e mais de 850 pontos de vendas localizados em luxuosas lojas de departamento, que comercializam sua vasta gama de produtos, como peles e artigos em couro, roupas, coleções esportivas, acessórios, perfumes, relógios e óculos.